Adoro livros, pura e simplesmente adoro-os. Há momentos em que vou às livrarias e apetece-me comprar toneladas deles... Noutros momentos, em que quero comprar realmente um, parece que nada me chama... E nunca têm o que eu queria ver...
Passo perfeitamente bem uma infinidade de horas numa grande livraria, vagabundo de corredor em corredor, de prateleira em prateleira, de lombada em lombada, tentando perceber qual me chama, qual o que deve ir para casa comigo...
Quando me sinto mais cansada, às vezes tenho vontade de me atirar para cima de um expositor cheio de livros, e dormir uns minutos em cima de todos eles... Cheira-los, conta-los, toca-los, sonha-los...
Hoje acordei a pensar em livros... Dá para reparar não é?
Acordei e pensei, «tenho saudades de ler algo verdadeiramente viciante»...
Já vos aconteceu? Ler um livro tão viciante, que à noite não conseguem fecha-lo, sabem que têm de madrugar na manhã seguinte, que vão acordar com uma enorme dor de cabeça por só dormirem três horas mal dormidas, e com uns horríveis olhos inchados, e com um cansaço no corpo que vos faz sentir miseráveis o dia todo... Mas mesmo assim, não conseguem fechar o livro... E quando por esgotamento total, os olhos já não conseguem ler nem mais uma palavra, porque todas as letras dançam, uma dança do ventre, fechamos finalmente o livro... E adormecemos? Qual quê! Damos voltas e mais voltas na cama, pensado e repensando o que irá acontecer aquelas personagens, o que estará a acontecer? Então, ligamos mais uma vez a luz e dizemos «vou ler só mais cinco páginas...», enquanto na nossa cabeça o bom senso liga o alarme «já devias estar a dormir, amanhã vais estar que nem podes, és mesmo parva, fecha isso, já nem consegues ler, DORME!». E tanto nos chateia a voz da nossa consciência, que acabamos por ceder.
Mas o vício não termina aqui... Mal adormecemos e já estamos dentro do livro, a sonhar com as personagens, a dar um rumo à história...
E quando o relógio desperta às sete da manhã, temos uma dor de cabeça inimaginável, e mesmo assim, somos tentados a abrir o livro, para ler nem que seja duas páginas, nem que tenhamos de sacrificar o nosso delicioso pequeno almoço de café instantâneo e bolachas maria...
Já vos aconteceu o semelhante?
Se sim, digam-me, e digam-me com que livros, porque sinto imensa falta de me sentir assim...
A última vez que isto me aconteceu, foi à sensivelmente uma ano atrás, em que li uma trilogia, de um escritor sueco, Stieg Larsson, cujos títulos são, "Os Homens que Odeiam as Mulheres"; "A Rapariga que Sonhava com uma Lata de Gasolina e um Fósforo"; e "A Rainha no Palácio das Correntes de Ar", isto na tradução portuguesa, claro, que às vezes deturpa títulos, de uma forma hilariante! Não sei quem se lembra de pôr títulos tão diferentes dos originais! Mas pronto, pormenores!
Como eu estava a dizer, foi à um ano que tive a experiência maravilhosa de andar dias de olhos inchados, por causa de uma trilogia, tão viciante, e como vos digo, estou com saudades!
O Stieg Larsson, ia escrever dez volumes, mas não sei o que é que lhe deu, e morreu!! Não se vicia desta forma os leitores, para depois morrer!
Mas enfim, agora só me resta esperar pelas vossas sugestões de livros, que me tirem o sono, e a razão!