quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Um mergulho visceral, imagens, mar gelado com réstia de luz, mar gelado negro... Um dia de sol, o quente na pele, o escaldar do invólucro, o mergulhar, preciso mergulhar, e quebrar, quebrar o que me aprisiona, vozes ecoam atrás de mim, estão a dar-me tempo a mais, e já rebolo pela areia com o bater da rebentação. Espuma. O ser que se eleva, a dualidade, a voz como um trovão, tudo vibra à minha volta como um épico... É preciso quebrar, é preciso partir, rebentar, já não chega, não te dissemos? Não é isso! Não o estás a fazer! De que estás à espera? Esquece tudo, sai de ti, não interessa, já não interessa se a preto ou branco, sai! Dois espectros da imaginação, um vestido de negro, cabelos revoltos, olhos negros, espada às costas, atitude de quem conquista mundo e é indiferente a tudo o resto... O outro... tão ténue que nem o consigo diferenciar... Saio da espuma e começo a correr... As vozes perseguem-me, os espectros perseguem-me, a vida persegue-me na tentativa de me acordar... 
Por vezes apanham-me, e fico num invólucro sem ar, quero respirar e não consigo, com lágrimas nos olhos imploro, imploro por uma nova tentativa, sei o que tenho a fazer, mas algo me trava, algo me prende, algo não me deixa Ser...