domingo, 12 de junho de 2011

O Primeiro Farol de Pirilampos

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Uma estrada, lá ao fundo as nuvens brancas, o sol laranja, o céu lavanda... Foi precisamente ao fundo deste caminho, que se ergueu o primeiro Farol de Pirilampos... 
A viagem foi de cortar a respiração... Cascatas de nuvens desciam pelas recortadas montanhas, as cores misturavam-se até incendiarem os nossos olhos, e por vezes, éramos presenteados por uma beleza tão extrema, que ficávamos sem respirar, de tão arrebatadora visão...
Quando demos conta, fomos engolidos por uma nuvem de nevoeiro, uma nuvem que nos veio dar as boas vindas, quando já tínhamos escolhido o lugar para fixar o Farol. Mas logo essa nuvem se ergueu em direcção ao céu, e começamos a ver as primeiras estrelas, a lua. As mantas já estavam estendidas no chão, as velas acesas, a comida preparada, as termos com bebidas quentes. Havia um pouco de tudo. Café, chá, bolo de laranja e biscoitos de chocolate caseiros, comida tradicional chinesa, petiscos salgados, e mais importante que tudo isso, uma genuína amizade, um momento de partilha, de comunhão primitiva com a Terra.
Fomos envolvidos pela escuridão, mas banhados pela luz prateada da lua e das estrelas brilhantes no céu. Um manto de frio caiu também sobre nós, um gelo que nos lembrava que estávamos vivos, que nos fazia vibrar, que nos desinibia. Estávamos no meio do nada, podíamos ser o que quiséssemos, o que precisássemos, e foi aí que tudo começou... A música que nos fez dançar, saltar, rir, correr... Passamos horas seguidas a rir, a gritar, a rodopiar debaixo da lua, deitados no chão a olhar as estrelas...


Senti-me mais que viva, senti-me vibrante, senti-me primitiva, senti-me criança, não tinha os olhares censuradores da sociedade em cima de mim, então, permiti-me extravasar... Cantei como queria, gritei como queria, fiz caretas parvas como me apetecia, rodopiei debaixo da lua até sentir a Terra a girar debaixo dos meus pés... Deite-me no meio da estrada a observar as estrelas, de pernas para cima, voltei a correr, a saltar, a gritar, a dançar, a rir até molhar as cuecas... Fiz poses para a máquina fotográfica, em que depois parecia possuída, o que era mais um motivo de riso. Extravasei ao máximo... Foi brutal, foi libertador, foi emocionante, foi excitante, foi um renovar de energia, um sentir-me em comunhão com a Terra, um ESTOU VIVA!
Extravasei quase ao máximo... A dada altura, sentia-me tão primitiva a rodopiar debaixo da lua, longe da civilização, no meio da natureza bruta, que tive vontade de atirar todas as minhas roupas para o chão e correr nua pelo descampado, pela vegetação, rodopiar nua debaixo da lua em total comunhão com o Universo...
Deve ser uma das experiências mais libertadoras a que o ser humano se pode permitir, nu, debaixo da lua, no meio do nada, a sentir o frio arrepiar cada centímetro de pele...


Uma noite, mergulho no meio da natureza, e rodopio nua debaixo da lua, dançando com o vento.
Hoje é a noite.

sábado, 4 de junho de 2011

Farol de Pirilampos

Um grupo de amigos que se reúne ao final do dia, e ruma até um recanto da natureza sem civilização, para se sentar em roda e presenciar o cair da noite. Quando estiverem mergulhados na escuridão, transformam-se em pirilampos, observam as estrelas, partilham histórias, literatura, experiências, chá, café e biscoitos caseiros.

Vamos construir faróis pelos esconderijos mais bonitos da ilha... Roupa quentinha, mantas, boa disposição, boas histórias, momentos preciosos e mágicos.
O primeiro encontro realiza-se este mês.

Os pirilampos somos nós, o farol onde nós estivermos...